Um dos insultos que sempre me chamaram atenção é o de sem-vergonha. Especialmente porque a cada dia que passa eu tenho visto que a coisa que eu mais preciso é não ter exatamente isso. Não sei quem inventou essa história de que a vergonha serve para alguma coisa.
Não me entenda mal: não estou dizendo que não devemos ter uma bússola moral, ao contrário. Só acho que a vergonha é paralisadora em todos os sentidos, não só na hora de fazer o que não devemos. Até porque, em um mundo de valores invertidos, é mais comum a gente se sentir censurado por fazer o que é bom do que aquilo que é mau. Se a minha única motivação é pensar no que os outros pensam, é mais provável que eu enfie o pé na jaca do que me torne alguém centrado. É triste mas é verdade!
E se eu já estava pensando nesse assunto, ontem a aula da escola dominical só reforçou a minha necessidade de compreender melhor esse assunto. Aprendemos que os justos são aqueles que, entre outras coisas, desprezaram a vergonha do mundo (2 Néfi 9:18). E eu fui especialmente tocada pela professora que contou sua experiência como mãe que é constantemente criticada por sua escolha de ter os filhos que sentiu o desejo de ter.
Como mães somos alvo de críticas diárias. Na maioria dos lugares que passamos tem alguém que sabe tudo sobre crianças e a vida. No Rio de Janeiro temos um agravante cultural: como não temos estações bem marcadas e está sempre quente mesmo, controle de natalidade parece ser um quebra-gelo de elevador e filas melhor do que o tempo. Assim, é frequente me deparar com desconhecidos que querem saber se eu quero ter mais filhos. Já testei as duas respostas para testar a minha teoria: se eu digo que sim, me chamam de louca e começam a dizer o quanto é impossível ter três filhos. Se eu digo que não, são duas possibilidades: ou vão me dizer o quanto eu deveria tentar ter um menino ou que era melhor eu não ter mesmo porque provavelmente é outra menina.
Eu poderia simplesmente ignorar as pessoas, mas eu escolhi ser simpática. Sempre respondo e até me divirto mais tarde lembrando dessas conversas sem pé nem cabeça que a gente tem por aí. Acho que a campeã da semana passada foi quando me viram com as duas crianças e me perguntaram se as minhas filhas eram gêmeas (uma com 5 e outra com dois anos).
O fato é que desprezar a vergonha tem sido uma ponte para as pessoas que eu jamais imaginei que pudesse existir. Quando ignoro o que pensam ao meu respeito, me sinto mais próxima delas. Principalmente, quando não penso na vergonha diante de Deus e substituo isso por temor, sinto mais vontade de orar e buscar a aprovação de Deus. E de uma maneira muito pessoal começo a entender a situação de Cristo quando disse:
"Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro.
Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou.
Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo."
João 8:13-15
Ele sabia quem Ele era e não se importava com o que pensavam Dele sem conhecer. Que ensinamento perfeito! Espero conseguir colocar em prática em breve!
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Dois anos de Alegria!
Nesse carnaval minha pequena fez dois anos de idade. Meu coração é cheio de gratidão por tudo o que essa pequena representa na minha vida. Ela foi muito esperada e desejada! Desde que chegou mudou minha vida de maneiras que eu jamais poderia imaginar. Eu, que já era mãe, achava que o nascimento dela seria uma experiência incremental ao que eu já tinha vivido com a primeira. Ledo engano!
Reconhecendo a voz do Senhor naquelas palavras, fui com ela no tobogã. Ela ficou radiante! E me fez repetir a saga do brinquedão diversas vezes. E enquanto fazia isso, o Senhor me mostrou que é isso que Ele faz comigo. Realmente, a minha vida tem coisa demais para uma pessoa só! Mas justamente por isso, Ele nunca permitiu que isso acontecesse. Ele sempre está perto.
"Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o remanescente da casa de Israel; vós a quem carrego desde o ventre, e levo nos braços desde a madre. E até à velhice eu serei o mesmo, e ainda até às cãs eu vos carregarei; eu o fiz, e eu vos levarei, e eu vos carregarei, e vos alivrarei."
Isaías 46:3-4
Minha vida tem muitas coisas boas, mas de longe a melhor delas é ter olhos para ver a mão de Deus sobre tudo o que eu faço.
Ser mãe é algo maravilhoso desde o primeiro filho, é verdade. O que eu não suspeitava antes de ter a segunda é que mais um filho não era uma questão de multiplicar por dois. Era o que todo mundo falava para mim antes, mas acho que é porque só me contavam sobre o quanto custa ter mais um. O que descobri, no entanto, é que mesmo as despesas não dobram, porque muito se compartilha. Agora o trabalho e o amor... Ah, esses aumentam de forma geométrica! Eu sou tão feliz de ser mãe de uma menina tão amorosa e paciente, tão alegre e organizada, tão linda e descolada. Ela, sempre apaixonada pela mais velha, era exatamente o que eu pedi a Deus: uma amiga para minha primogênita que a acompanhará por toda vida. É tanta admiração que me enlouquece querendo fazer tudo o que a mais velha faz. Haja disposição para manter seguro um toco de gente com a destreza de dois anos fazendo coisas de uma criança de seis!
Vivi uma dessas aventuras duas semanas antes do aniversário dela em uma casa de festas celebrando o aniversário da filha de um casal de amigos. Ela quis ir no brinquedão atrás da mais velha, e lá fui eu descalça pelas brincadeiras com ela. No alto do brinquedo tinha um tobogã bem grande e com cara de muito legal e ela queria muito entrar. Pronta para ouvir a choradeira, suspirei fundo e pensei pegando a sapeca no colo: "ela é pequena demais para isso". Meu pensamento foi imediatamente respondido por outro: "ela é pequena demais apenas para ir sozinha".
Isaías 46:3-4
Minha vida tem muitas coisas boas, mas de longe a melhor delas é ter olhos para ver a mão de Deus sobre tudo o que eu faço.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
9 Anos!
Hoje acordei com a lembrança de que essa semana eu completo 9 anos de casada. É impressionante pensar quanta coisa aconteceu e mudou nesse tempo. Na verdade o sentimento é de muita gratidão porque de certa forma as coisas foram muito melhores do que a gente esperava.
Acho que tanto eu quanto o meu marido tínhamos medo de virar gente grande de verdade: como bons representantes da geração Y, nós sofríamos de síndrome de Peter Pan. Mas a gente queria muito ficar junto e nos lançamos de olhos fechados. E claro, nos ralamos aqui e ali, tanto que a sensação às vezes é de estar constantemente esfolados. Depois que se entra nesse mundo de contas a pagar e comida pra fazer, as coisas nunca mais são as mesmas.
O fato é que casando ou não, essa hora chegaria. Acredito que tudo o que Deus faz é perfeito em propósito. Quando Ele disse que não era bom que o homem estivesse só, Ele certamente tinha em mente todas as dificuldades que enfrentamos aqui. Não que sobreviver em si seja um desafio em tempos de comida congelada e água encanada. Mas é que Ele não nos colocou aqui para simplesmente existir. Como disse o Pregador:
É claro que alguém vai lembrar de todos os casamentos infelizes, de fachada, violentos, por interesse e tantas outras variações que nós pecadores inventamos. O fato é que casar-se apenas não significa uma união com Deus, mas isso não implica que não podemos ter um relacionamento em que Ele está participando. E não estou falando de um casal perfeito que nunca briga. Esse casal pode até existir, mas não mora na minha casa!
Em nossos desafios e fraquezas, a sensação que eu tenho é de profunda gratidão por ter uma família e a convicção de que se permanecermos neste caminho ela será eterna. Fomos selados para o tempo e para a eternidade na Casa do Senhor e recebemos filhas angelicais para cuidar. E esse é o sonho mais lindo que eu já realizei.
Acho que tanto eu quanto o meu marido tínhamos medo de virar gente grande de verdade: como bons representantes da geração Y, nós sofríamos de síndrome de Peter Pan. Mas a gente queria muito ficar junto e nos lançamos de olhos fechados. E claro, nos ralamos aqui e ali, tanto que a sensação às vezes é de estar constantemente esfolados. Depois que se entra nesse mundo de contas a pagar e comida pra fazer, as coisas nunca mais são as mesmas.
O fato é que casando ou não, essa hora chegaria. Acredito que tudo o que Deus faz é perfeito em propósito. Quando Ele disse que não era bom que o homem estivesse só, Ele certamente tinha em mente todas as dificuldades que enfrentamos aqui. Não que sobreviver em si seja um desafio em tempos de comida congelada e água encanada. Mas é que Ele não nos colocou aqui para simplesmente existir. Como disse o Pregador:
Há um que é só, e não tem ninguém, nem tampouco filho nem irmão, e de todo o seu trabalho não há fim, nem o seu olho se farta de riquezas, nem diz: Para quem trabalho eu, e privo a minha alma do bem? Também isso é vaidade e enfadonha ocupação.
Melhores são adois do que um, porque têm melhor bpaga do seu trabalho.
Porque se vierem a cair, um levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?
E se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
Eclesiastes 4:8-12Lembro-me de passar alguns dias com esse último versículo indo e voltando na minha cabeça. O pregador começa falando sobre dois, mas a corda é de três! De três porque o casamento entre um homem e uma mulher é uma sociedade que veio do coração de Deus para nos tornar mais próximos Dele.
É claro que alguém vai lembrar de todos os casamentos infelizes, de fachada, violentos, por interesse e tantas outras variações que nós pecadores inventamos. O fato é que casar-se apenas não significa uma união com Deus, mas isso não implica que não podemos ter um relacionamento em que Ele está participando. E não estou falando de um casal perfeito que nunca briga. Esse casal pode até existir, mas não mora na minha casa!
Em nossos desafios e fraquezas, a sensação que eu tenho é de profunda gratidão por ter uma família e a convicção de que se permanecermos neste caminho ela será eterna. Fomos selados para o tempo e para a eternidade na Casa do Senhor e recebemos filhas angelicais para cuidar. E esse é o sonho mais lindo que eu já realizei.
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