sexta-feira, 24 de abril de 2015

Um mundo feito de gelo

Enquanto eu fazia as coisas da casa me lembrei de uma história de quando nos casamos.  Eu sempre chegava bem tarde do trabalho e o meu marido estudava à noite e muitas vezes eu tinha que cozinhar lá depois das 10.  Em uma noite dessas eu me queimei cozinhando não lembro mais o que, mas foi uma queimadura bem feia e dolorida.  Sempre tinha escutado minha mãe dizer para colocar na água uma queimadura, mas naquele dia eu resolvi inovar: coloquei gelo.

Exatamente como eu pensei o gelo aliviou imediatamente a minha dor, muito melhor do que a água o faria.  Mas, para minha surpresa, quando eu tentava remover o gelo, a dor se tornava insuportável, muito pior do que a queimadura doera inicialmente.  Então eu e meu marido começamos a buscar um meio de tratar aquela queimadura que agora doía muito mais.  Ele buscava no google e eu aplicava; sacrificamos até uma babosa que tinha no canteiro, mas nada! Eu já estava chorando porque doía demais e eu não sabia o que fazer... E ainda estava morrendo de vergonha do meu marido de poucos meses e do meu papelão de criança com um machucado.

Enfim criei coragem e coloquei o dedo na água novamente.  Encarei a dor, chorei quietinha e aos poucos a dor foi passando.  Não foi fácil, mas quando a dor passou o alívio foi tanto que peguei no sono.

Essa experiência frequentemente volta a minha cabeça porque percebi que vivemos em um mundo cheio de gelo para nossas dores.  Não a toa, quando o Salvador Jesus Cristo falou sobre os nossos dias disse:

"E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará." (Mateus 24:12)

O amor se esfria porque evitamos os problemas ao invés de procurar resolvê-los através do arrependimento sincero.  Vivemos em uma era em que não nos permitimos mais sentir nossas dores, aplicando o gelo que não cura, apenas nos distrai.  Se estamos sem dinheiro, ao invés de buscarmos reduzir mais os nossos gastos, pegamos um empréstimo atrás do outro e incluímos o cheque especial no nosso orçamento.  Se estamos sem amigos, não precisamos mais vencer nossa timidez ou procurar ser mais agradáveis: podemos encher nosso tempo com jogos de vídeo-game e amigos online.  Se não temos mais o diálogo no casamento, não precisamos sofrer pensando em como nos achegar a nosso cônjuge, podemos desabafar toda nossa mágoa com alguém que nos entende muito melhor no whatsapp.  E por que tentar fazer um relacionamento dar certo?  Podemos buscar um novo amor sempre que o atual não nos servir mais.  Será mesmo?

Nos esquecemos que o amor é aquele que "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (1 Coríntios 13:12).  Podemos e devemos escolher o caminho melhor, que é respirar fundo e vencer nossos desafios usando água ao invés de gelo, lavando o que está sujo, regando aquilo que já se secou, alimentando o que parece estar morto.  Mas que água é essa?



Essa água é o evangelho de Jesus Cristo.  À mulher junto da fonte Ele disse:

 "Mas aquele que beber da água que lher der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna" (João 4:14).

No Livro de Mórmon aprendemos: "Os anjos falam pelo poder do Espírito Santo; falam, portanto, as palavras de Cristo. Por isto eu vos disse:Banqueteai-vos com as palavras de Cristo; pois eis que as palavras de Cristo vos dirão todas as coisas que deveis fazer." (2 Néfi 32:3)

Na minha experiência ainda não encontrei nenhum problema que não pudesse ser resolvido com as respostas que recebi através da oração, jejum e do estudo regular das escrituras.  Sou prova de que o Espírito Santo ilumina a mente daqueles que buscam insistentemente.  Cristo é nosso amoroso Redentor e não há momento em que Ele não esteja disposto a nos acudir.  Ele vive.  A Bíblia e o Livro de Mórmon são sua palavra e nos ensinarão como conduzir nossas vidas de maneira agradável a Deus.


quinta-feira, 23 de abril de 2015

A Vida e Suas Ironias

A vida é cheia de ironias.  É aquela história de que a gente paga a língua e o pensamento a todo instante nesta jornada aqui na terra.  Penso que essas ironias nos lembram de que a nossa liberdade de escolher está sujeita a um roteirista que conhece muito bem o que tem dentro da gente.  São aqueles detalhes que tiram qualquer legitimidade do argumento de que esta vida é um evento aleatório sujeito ao acaso do início ao fim.

Para mim, a maior das ironias está nas palavras de Jesus Cristo:  "Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á" (Mateus 16:25)

Aos trinta e três anos, reflito sobre esse paradoxo com assombro.  Definitivamente, me encontrei quando esqueci de mim e me perdi quando me agarrei ao que eu pensava ser seguro.  Esse blog, portanto, pretende colocar reflexões sobre o viver abundante dos fiéis seguidores de Cristo.  Essa vida que não é nada fácil, mas que nem poderia o ser de tanta coisa que tem dentro dela. É tanto trabalho, tanto amor, tanto serviço, tantas lágrimas, tantas inseguranças, tantos testemunhos e surpresas... Se a vida fosse uma mala, a vida do discípulo transbordaria.  Aliás, essa metáfora já foi usada antes pelo Salmista quando disse "meu cálice transborda" (Salmos 23:5).

Cristo é a porta (João 10:9).  Ele também é o "caminho, a verdade e a vida" (João 14:6). Por isso, uno minha voz a do profeta Morôni, no Livro de Mórmon e digo: "Sim, vinde a Cristo, sede aperfeiçoados nele e negai-vos a toda iniqüidade; e se vos negardes a toda iniqüidade e amardes a Deus com todo o vosso poder, mente e força, então sua graça vos será suficiente" (Morôni 10: 32).

Amo meu Salvador e sou sua testemunha de que Ele fala aos homens no dia de hoje e que chamou profetas para divulgar sua vontade.  Estamos vivendo os últimos dias antes de seu retorno triunfal e saber isso é simplesmente emocionante!  Sim, eu vivo uma vida abundante e convido a todos para fazerem o mesmo.